Sentados frente a frente, aparentando uma confiança mútua que não sentiam, um sorriso manhoso a bailar-lhes na boca, olhavam-se olhos nos olhos tentando mostrar um ao outro que estavam à vontade e que verdadeiramente não precisavam um do outro para governar, ou melhor, para manter as mordomias tão precisas a cada partido que representavam.
Começaram a troca de galhardetes com os lugares comuns da circunstância:
- Obrigado Zé, pelo convite para esta reunião.
- Ó Nela, eu é que agradeço a sua tão pronta disponibilidade. Desde já lhe digo que fiquei muito contente com a sua eleição, porque é pessoa com quem se pode conversar e acertar estratégias.
- Obrigado Zé pelas suas palavras. Com efeito eu não estou aqui para fazer oposições sem direcção, nem sentido, mas para encontrarmos uma possível plataforma comum em que pudéssemos ajudar o país a sair da crise em que está envolvido.
- Bem Nela, acho um pouco forçada essa história da crise do país, até porque nós temos tudo controlado e eu tenho para mim que o povo saberá reconhecer isso mesmo nas eleições que se avizinham, pelo que verdadeiramente nem precisaríamos de fazer nenhuma coligação.
- Ó Zé, tenha lá paciência, mas depois deste ano, se ganharem as eleições já se podem dar por muito felizes, quanto mais terem maioria absoluta!
- Bolas Nela, você sabe muito bem os problemas que tivemos com o estado em que o Zé Manel e o Pedro deixaram isto!
- Essa é boa! Então eu é que tive de ver se conseguia endireitar as finanças com o descalabro que o Tóino por aqui deixou, e você vem me chamar a atenção para o passado!
- Bem, “prontos” o melhor é pararmos com isto senão não nos entendemos.
- Também acho melhor Zé, porque o país precisa de nós e temos de fazer os sacrifícios necessários para isso.
- Nela, temos de traçar as linhas gerais da política que vamos prosseguir, bem como as áreas em que é mais importante actuarmos de imediato.
- Claro, temos afinal de arranjar, de estudar um programa de governo.
Ficaram ali a olhar um para o outro, parados sem saber o que dizer, até que ao mesmo tempo saíram-lhes as palavras da boca:
- Eu acho que….
- Ó Nela, desculpe, primeiro as senhoras.
- Ó Zé, deixe-se lá disso. Você é que é o Primeiro.
- Então cá vai. O que eu julgo que a Nela ia dizer, era a mesma coisa que eu queria dizer, ou seja, vamos lá tratar da divisão dos Ministérios, e dos lugares de administração das empresas públicas, e o programa logo se vê, a seguir.
- Ó Zé tirou-me as palavras da boca!
Cada um retirou a lista das pessoas a contemplar e empenharam-se denodadamente a arranjar lugares para aquela gente toda.
Naquele dia já não houve tempo para o programa do governo, mas também não era o mais importante…
Começaram a troca de galhardetes com os lugares comuns da circunstância:
- Obrigado Zé, pelo convite para esta reunião.
- Ó Nela, eu é que agradeço a sua tão pronta disponibilidade. Desde já lhe digo que fiquei muito contente com a sua eleição, porque é pessoa com quem se pode conversar e acertar estratégias.
- Obrigado Zé pelas suas palavras. Com efeito eu não estou aqui para fazer oposições sem direcção, nem sentido, mas para encontrarmos uma possível plataforma comum em que pudéssemos ajudar o país a sair da crise em que está envolvido.
- Bem Nela, acho um pouco forçada essa história da crise do país, até porque nós temos tudo controlado e eu tenho para mim que o povo saberá reconhecer isso mesmo nas eleições que se avizinham, pelo que verdadeiramente nem precisaríamos de fazer nenhuma coligação.
- Ó Zé, tenha lá paciência, mas depois deste ano, se ganharem as eleições já se podem dar por muito felizes, quanto mais terem maioria absoluta!
- Bolas Nela, você sabe muito bem os problemas que tivemos com o estado em que o Zé Manel e o Pedro deixaram isto!
- Essa é boa! Então eu é que tive de ver se conseguia endireitar as finanças com o descalabro que o Tóino por aqui deixou, e você vem me chamar a atenção para o passado!
- Bem, “prontos” o melhor é pararmos com isto senão não nos entendemos.
- Também acho melhor Zé, porque o país precisa de nós e temos de fazer os sacrifícios necessários para isso.
- Nela, temos de traçar as linhas gerais da política que vamos prosseguir, bem como as áreas em que é mais importante actuarmos de imediato.
- Claro, temos afinal de arranjar, de estudar um programa de governo.
Ficaram ali a olhar um para o outro, parados sem saber o que dizer, até que ao mesmo tempo saíram-lhes as palavras da boca:
- Eu acho que….
- Ó Nela, desculpe, primeiro as senhoras.
- Ó Zé, deixe-se lá disso. Você é que é o Primeiro.
- Então cá vai. O que eu julgo que a Nela ia dizer, era a mesma coisa que eu queria dizer, ou seja, vamos lá tratar da divisão dos Ministérios, e dos lugares de administração das empresas públicas, e o programa logo se vê, a seguir.
- Ó Zé tirou-me as palavras da boca!
Cada um retirou a lista das pessoas a contemplar e empenharam-se denodadamente a arranjar lugares para aquela gente toda.
Naquele dia já não houve tempo para o programa do governo, mas também não era o mais importante…
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O que uns dizem que vai acontecer, outros dizem que nunca, "jámé", mas que não estando programado para acontecer, afinal ainda pode acontecer, e mesmo não acontecendo, se acontecesse se calhar seria mais ou menos assim que aconteceria....
4 comentários:
estamos perante um obra representativa do teatro nacional, muito bem.
O meu amigo não está a insinuar que o Zé e a Mané ... nã, não pode ser!
Aqui entre nós, no estado que as coisas andam, quem sabe ...
Caro Tiago
Ainda vou para autor teatral...
Infelizmente a realidade ultrapassa muitas vezes a ficção...
Caro Quinttarantino
Não faço ideia a quem te referes...
É alguém que eu deva conhecer?!!!
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