segunda-feira, 5 de maio de 2008

Há coisas que me irritam!

Homossexualidade é "errada" para 70% dos portugueses
Estudo do Instituto de Ciências Sociais da UNL


A homossexualidade continua a ser mal vista aos olhos da maioria dos portugueses, segundo um estudo hoje publicado no jornal "Público". Cerca de 70% da população nacional considera "erradas" as relações sexuais entre dois adultos do mesmo sexo.
"Portugal ainda é um país homofóbico", disse, ao Público, a socióloga Sofia Aboim, uma das autoras do estudo sobre a opinião que os portugueses têm sobre as relações entre pessoas do mesmo sexo.
O inquérito foi feito a 3643 indivíduos entre os 16 e os 65 anos sobre a saúde e a sexualidade.
Mesmo nas camadas mais jovens, o nível de desaprovação é muito alto, - cerca de 50% -, de acordo com os dados do trabalho feito por investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa.
"Estava à espera de algum conservadorismo, mas esperava valores mais baixos nas gerações mais novas", acrescenta a socióloga.
Os homens condenam mais os gays do que as lésbicas: 60% dos inquiridos do sexo masculino condenam a homossexualidade masculina, mas na feminina a taxa de desaprovação desce para menos de 55%.
Na opinião das mulheres, há mais igualdade na avaliação, com cerca de 40% de desaprovação tanto para gays masculinos como gays femininos.
O inquérito foi feito a 3643 indivíduos entre os 16 e os 65 anos sobre a saúde e a sexualidade.


Retirado da SIC

O tema é terrível e “politicamente incorrecto” mas não será isso que me impede de o comentar.
Esclareço em primeiro lugar que não me considero “homofóbico”, na medida em que aceito as diferenças de cada um, de cada uma, viverem a sua vida sexual como entenderem.
Coisa diferente é considerar que a homossexualidade é um comportamento “normal” entre homens e mulheres e quererem que eu aprove esses comportamentos.
Dito isto, que sei é polémico e que existem não sei quantas razões para dizer que eu estou errado e mais não sei quantas razões a dizer que eu estou certo, quero apenas comentar a frase da senhora socióloga.
"Portugal ainda é um país homofóbico", disse, ao Público, a socióloga Sofia Aboim.
Isto faz-me logo lembrar a história do “juramento de bandeira” em que a mãe dizia para o pai: “Repara que o nosso filho é o único que leva o passo certo”.
O estudo não estava de acordo com o que a senhora socióloga desejava e acreditava e vai daí, catrapumba: “Portugal ainda é um país homofóbico”.
Mas porquê?
Porque persegue os homossexuais, ou porque considera errada a homossexualidade?
Mas quem disse à senhora doutora que os portugueses não aceitam os homossexuais?
O que pelos vistos disseram foi que: “Cerca de 70% da população nacional considera "erradas" as relações sexuais entre dois adultos do mesmo sexo.”
E assim esta mente iluminada permite-se dizer que os portugueses estão errados na sua maneira de ver a vida, embora sejam tolerantes com aqueles que a não vêem e vivem da mesma maneira.
Isto irrita-me!
Irrita-me esta mania de catalogar as pessoas, uma nação, porque não diz aquilo que é “politicamente correcto”.
É como quererem, como ainda recentemente, que os jovens vivam a “luta anitifascista”, etc. etc.
Que raio, eles já nasceram na democracia, o que é que lhes interessa viver uma coisa que é história do país, como para mim naquele tempo foi história a monarquia, etc. etc.
Tenho para mim, que apesar de tudo, ainda somos um povo que pode dar exemplos ao mundo de tolerância, de comportamento social, de valores e que não são meia dúzia de ideias preconcebidas de uns tantos iluminados, que nos tornam piores, ou que nos rotulam disto ou daquilo, pois os portugueses sempre souberam ao longo da sua história evoluírem nas suas relações e no entendimento da sociedade.

4 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Visto por esse prisma tens razão, acho que sim, podemos discordar, mas temos de ser tolerantes.

Confundir o discordar, achar que é errado, é diferente de se ser homofóbico.

Eu não considero errado, não acho que seja algo de anormal, mas sou perfeitamente capaz de aceitar que alguém ache errado, sem lhe colocar logo uma etiqueta.

Joaquim Alves disse...

Para além do mais, provavelmente o considerar errado da maior parte destas pessoas, não significa intolerância, ou condenação.
Aliás sabemos muito bem que os resultados das sondagens têm muito a ver com o modo como as perguntas são feitas.
Obrigado pelo teu comentário, Tiago.

Fá menor disse...

Muito bem escrito este texto! Conseguiu prender-me a atenção desde o início ao fim... vai ao encontro da minha maneira de pensar.

Joaquim Alves disse...

Obrigado fa menor pela tua visita e pelas tuas palavras.