Reporto-me ao texto da Carol, publicado no Notas Soltas Ideias Tontas, para acrescentar um dado novo.
Ontem, segundo notícia que percorreu os jornais e televisões, foi decretada a prisão preventiva de uma professora de Leiria, pela suspeita de crime de burla agravada.
Esta professora, tem três filhos menores, e o seu marido anda fugido à justiça.
Se é culpada ou não, compete aos Tribunais decidirem, mas para mim não é isso que aqui está em causa, mas sim a prisão preventiva a que foi sujeita.
Perante um indivíduo que entra numa esquadra da Polícia, dá tiros num queixoso e é mandado para casa, um grupo de jovens que assalta e viola uma empregada no seu trabalho, e são mandados para casa, um homem que agride a ex-mulher e detém uma arma ilegal, e também vai para casa, um militar que viola uma criança, e também vai para casa, esta mulher, mãe de três filhos menores que já não têm pai com eles, (culpado ou não), é mandada para a prisão por suspeita de ter cometido uma fraude que envolve “apenas” bens materiais!!!
Que raio de justiça é esta?
O que é que a justiça deste país anda fazer de “justo”?
Que raio de códigos são estes, pelos quais se regem os juízes deste país?
Reparem que tudo isto vai muito mais fundo do que a própria justiça!
Tudo vai estando assente na falta, ou melhor na inversão dos valores pelos quais se dever reger a sociedade humana.
Pelos visto é mais valorizado o crime contra a propriedade, contra os bens, do que o crime contra a vida humana, contra a dignidade humana!
O que reflecte bem a sociedade em que vivemos e estamos a “construir”, em que o “ter” é mais importante que o “ser”.
E onde é que isto nos leva?
Ao egoísmo, ao individualismo feroz, ao passar por cima de tudo e de todos para obter o que se deseja, à especulação indecente, ao viver-se do mal que acontece aos outros para “engordar” as nossas posses.
E é isto, que quer queiramos quer não, vamos transmitindo aos nossos filhos!
Não sei quanto tempo vai levar para nos apercebermos verdadeiramente do mundo “irrespirável” que estamos a criar, do país “miserável” onde iremos viver, mas tenho para mim que não demorará muito tempo a sentirmos mais violentamente na “pele” os efeitos desta sociedade que estamos a deixar “construir”.
Ontem, segundo notícia que percorreu os jornais e televisões, foi decretada a prisão preventiva de uma professora de Leiria, pela suspeita de crime de burla agravada.
Esta professora, tem três filhos menores, e o seu marido anda fugido à justiça.
Se é culpada ou não, compete aos Tribunais decidirem, mas para mim não é isso que aqui está em causa, mas sim a prisão preventiva a que foi sujeita.
Perante um indivíduo que entra numa esquadra da Polícia, dá tiros num queixoso e é mandado para casa, um grupo de jovens que assalta e viola uma empregada no seu trabalho, e são mandados para casa, um homem que agride a ex-mulher e detém uma arma ilegal, e também vai para casa, um militar que viola uma criança, e também vai para casa, esta mulher, mãe de três filhos menores que já não têm pai com eles, (culpado ou não), é mandada para a prisão por suspeita de ter cometido uma fraude que envolve “apenas” bens materiais!!!
Que raio de justiça é esta?
O que é que a justiça deste país anda fazer de “justo”?
Que raio de códigos são estes, pelos quais se regem os juízes deste país?
Reparem que tudo isto vai muito mais fundo do que a própria justiça!
Tudo vai estando assente na falta, ou melhor na inversão dos valores pelos quais se dever reger a sociedade humana.
Pelos visto é mais valorizado o crime contra a propriedade, contra os bens, do que o crime contra a vida humana, contra a dignidade humana!
O que reflecte bem a sociedade em que vivemos e estamos a “construir”, em que o “ter” é mais importante que o “ser”.
E onde é que isto nos leva?
Ao egoísmo, ao individualismo feroz, ao passar por cima de tudo e de todos para obter o que se deseja, à especulação indecente, ao viver-se do mal que acontece aos outros para “engordar” as nossas posses.
E é isto, que quer queiramos quer não, vamos transmitindo aos nossos filhos!
Não sei quanto tempo vai levar para nos apercebermos verdadeiramente do mundo “irrespirável” que estamos a criar, do país “miserável” onde iremos viver, mas tenho para mim que não demorará muito tempo a sentirmos mais violentamente na “pele” os efeitos desta sociedade que estamos a deixar “construir”.
8 comentários:
Já nem sei mais o que pensar sobre o que se passa à nossa volta...
A propósito, vale a pena ver esta sucessão de imagens em:
http://estranhosdias.blogspot.com/2008/10/um-olhar-de-quino-sobr-os-valores-que.html
Ora, vamos ver ...
ARTIGO 202º do Código do Processo Penal:
1 - Se considerar inadequadas ou insuficientes, no caso, as medidas referidas nos artigos anteriores, o juíz pode impor ao arguido a prisão preventiva quando:
a) Houver fortes indícios de prática de crime doloso punível com pena de prisão de máximo superior a 5 anos;
b) Houver fortes indícios de prática de crime doloso de terrorismo, criminalidade violenta ou altamente organizada punível com pena de prisão de máximo superior a 3 anos; ou,
c) Se tratar de pessoa que tiver penetrado ou permaneça irregularmente em território nacional, ou contra a qual estiver em curso processo de extradição ou de expulsão (...)
Há que atender ainda que o artigo 204 se estabelece que nenhuma medida de coação pode ser aplicada (excepto o famoso T.I.R) se não se verificar no momento da aplicação da medida: fuga ou perigo de fuga; perigo de perturbação, no decurso do inquérito ou da instrução do processo e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova; ou,
perigo em razão da natureza e das circunstâncias do crime ou da personalidade do arguido, de que este continue a actividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade públicas
Feito o introito, importa ainda saber que a fraude atinge, pelo menos, um montante de 1,5 milhões de euros (congelados 700 mil), que o marido anda fugido à Justiça e que anteriormente, pelo menos ele (mas parece que também ela) estiveram envolvidos na prática de crimes de extorsão e sequestro.
Flor pouco cheirosa, portanto!
Independentemente da existência de filhos menores, o que se lamenta.
O que está mal, meu caro, não é esta senhora (carrinha Audi e carro BMW na foto do Jornal de Notícias) tenha ficado em prisão preventiva, o que está mal é que aos outros não tenha sucedido o mesmo!
Pois é Fa, tens razão!
E já fui ver as imagens e são bem ilustrativas e realistas do momento!
Meu caro amigo Ferreira-Pinto
Absolutamente de acordo, mas nada do que dizes retira substância ao que afirmo.
Logicamente que se a senhor a prevaricou tem de pagar, mas o que eu faço é uma comparação humana entre dois pesos e duas medidas.
Nunca o valor do dinheiro poderá ser maior que uma vida humana e a sua dignidade e se o Código não expressa isto mesmo digo-o sem rodeios: Está errado!
O sujeito ucraniano que foi preso há uns dias em Viseu, tinha um arsenal em casa, era reconhecido por pertencer a uma organização, tinha logicamente o perigo de fuga, de continuação do crime, etc, etc e foi para casa!
Com certeza que o problema não está nesta ser presa, mas sim nos outros serem soltos e a haver uma interpretação mais favorável do juiz/juiza deveria então pender para quem tem filhos menores como este caso.
Não consigo deixar de pensar na vida destas crianças e no estado em que estarão agora!
Abraço
Quanto às crianças, estamos perfeitamente de acordo.
Aliás, bem vistas as coisas, estamos de acordo no resto!
estou como o Quintino, o que está mal é esta justiça não tocar a todos.
Entretanto caminhamos numa estrada que em breve não terá retorno. Eu acredito que ainda vamos a tempo de dar a volta, mas terão de ser muitos rodar o volante.
Caro Tiago
Essa é uma das verdades que quero afirmar no meu texto.
Mas infelizmente o poder do dinheiro fala mais alto do que o poder da vida.
Carol
De acordo!
Ela merecia/merece se os outros também tivessem merecido!
E o problema está aí, entre a ofensa à dignidade da vida e a ofensa ao dinheiro, falou mais alto a ofensa ao dinheiro!
Calro que se a lei não presta os que a aplicam tem dificuldades acrescidas, o que me parece ser o caso.
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